Tu crês nas cartas lançadas,
Nos presságios, em qualquer jogo:
Mas eu não creio senão que em teus grandes olhos.
Tu crês em conta de fadas,
Em dias nefastos, em cantigas
Mas em não creio senão que em tuas mentiras.
Tu crês num vago Deus,
Em qualquer santo especial,
Ou num bem velho contra este mal.
Eu não creio senão nas horas azuis
E nas rosas com que me encantas
Na volúpia das noites brancas !
E se é profundo o que senti
Avesso de tudo em que creio
É porque vivo só para ti.
Tradução de João Alexandre Sartorelli
Tu crois au marc de café,
Aux présages, aux grands jeux :
Moi je ne crois qu'en tes grands yeux.
Tu crois aux contes de fées,
Aux jours néfastes, aux songes.
Moi je ne crois qu'en tes mensonges.
Tu crois en un vague Dieu,
En quelque saint spécial,
En tel Ave contre tel mal.
Je ne crois qu'aux heures bleues
Et roses que tu m'épanches
Dans la volupté des nuits blanches !
Et si profonde est ma foi
Envers tout ce que je crois
Que je ne vis plus que pour toi.
Verlaine
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