quarta-feira, 15 de abril de 2009

ÀS PARCAS

ÀS PARCAS

Mais um verão, mais um outono, ó Parcas,
Para amadurecimento do meu canto
Peço me concedais. Então, saciado
Do doce jogo, o coração me morra.

Não sossegará no Orco a alma que em vida
Não teve a sua parte de divino.
Mas se em meu coração acontecesse
O sagrado, o que importa, o poema, um dia:

Teu silêncio entrarei, mundo das sombras,
Contente, ainda que as notas do meu canto,
Não me acompanhem, que uma vez ao menos
Como os deuses vivi, nem mais desejo.

Tradução de Manuel Bandeira


AN DIE PARZEN

Nur Einen Sommer gönnt, ihr Gewaltigen!
Und einen Herbst zu reifem Gesange mir,
Daß williger mein Herz, vom süßen
Spiele gesättiget, dann mir sterbe.


Die Seele, der im Leben ihr göttlich Recht
Nicht ward, sie ruht auch drunten im Orkus nicht;
Doch ist mir einst das Heilige, das am
Herzen mir liegt, das Gedicht, gelungen,


Willkommen dann, o Stille der Schattenwelt!
Zufrieden bin ich, wenn auch mein Saitenspiel
Mich nicht hinabgeleitet; Einmal
Lebt ich, wie Götter, und mehr bedarfs nicht.

Hölderlin

terça-feira, 7 de abril de 2009

pobre, pobre, pobre

pobre, pobre, pobre,
a mais pobre das províncias,
— e ainda assim,
sentir essa brisa

Kobayashi Issa (tradução de Claudio Trindade)