Por esta fresta te espreito
Por esta fenda te desvendo
Por esta fresta
cravo
sonda contra esponja
e babo
e te penetro
teso e reto, e por inteiro
o teu corpo se entreabre:
porta e perno, caixa e coxa
Por esta fenda
tenda
de pele que se franze
e rasga
eu me adentro
feito de espera e de esperma
e espremo —te aporto— e exprimo
toda a cor da carne do amor que escrevo.
Por esta fenda me espreito
Por esta fenda me desvendo.
Armando Freitas Filho
De A mão livre (1979)
Um comentário:
Eu AMO esse poema!!!!!!
Thanks.
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