O amor em seu próprio corpo
recebe os cacos que lança:
Diálogo de briga ou rinha
em tom de magia branca.
O amor, o dos amantes,
é sangue da cor de crista:
Coagula insensivelmente
nas polifaces de um prisma.
O amor nunca barganha,
que trocar não é seu fraco:
Recebe sempre entornado
como a concha de um prato.
Amor não mata: previne
o que vem depois do susto:
Modela o aço e o braço
que vão suportar o muro.
O amor desconhece amor
sem ter crueza por gosto:
Contempla-se diante do espelho
sem nunca ver o outro rosto.
Cacaso
(Antônio Carlos Ferreira de Brito)
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