quinta-feira, 27 de junho de 2013

"vivamus, mea lesbia, atque amemus"

vivamus, mea lesbia, atque amemus

Vivamos minha Lésbia, e amemos,
e as graves vozes velhas
- todas -
valham para nós menos que um vintém.
Os sóis podem morrer e renascer:
quando se apaga nosso fogo breve
dormimos uma noite infinita.
Dá-me pois mil beijos, e mais cem,
e mil, e cem, e mil, e mil e cem.
Quando somarmos muitas vezes mil
misturaremos tudo até perder a conta:
que a inveja não ponha o olho de agouro
no assombro de uma tal soma de beijos.



vivamus, mea lesbia, atque amemus

vivamus, mea lesbia, atque amemus, 
rumoresque senum severiorum 
omnes unius aestimemus assis. 
soles occidere et redire possunt: 
nobis, cum semel occidit brevis lux, 
nox est perpetua una dormienda. 
da mi basia mille, deinde centum, 
dein mille altera, dein secunda centum, 
deinde usque altera mille, deinde centum. 
dein, cum milia multa fecerimus, 
conturbabimus illa, ne sciamus, 
aut nequis malus invidere possit, 
cum tantum sciat esse basiorum. 


CATULLUS, Gaius Valerius. Select poems of Catullus. Edited by Francis P. Simpson. London: Macmillan, 1948.

CAMPOS, Haroldo de. "catuliana". In: Crisantempo: no espaço curvo nasce um. São Paulo: Perspectiva, 2004.

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