sábado, 26 de novembro de 2011

Somei noite mais noite olhando a lua

Somei noite mais noite olhando a lua
Decorei cada estrela que brilhava
Morri mais de uma vez em cada rua
E sempre a cada vez, ressuscitava

Pobre do tempo que não me alcançava
Nunca se alcança aquilo que flutua
Cama após cama a carne se gastava
E a alma devassa andava seminua

Fui Deus e rei poeta e vagabundo
Vivi mais de mil vidas por segundo
Ultrapassando sempre o mais em frente

Hoje deixo que o tempo me ultrapasse
Morri de vez mas se ressuscitasse
Faria tudo como antigamente

Mário Lago

Nenhum comentário: