segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Canção de(o) outono / Chanson d´automne

CANÇÃO DO OUTONO

Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.

Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.

Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
Batido...

Verlaine
Tradução: Alphonsus de Guimaraens


CANÇÃO DO OUTONO

Os longos sons
dos violões,
pelo outono,
me enchem de dor
e de um langor
de abandono.

E choro, quando
ouço, ofegando,
bater a hora,
lembrando os dias,
e as alegrias
e ais de outrora.

E vou-me ao vento
que, num tormento,
me transporta
de cá pra lá,
como faz à
folha morta.

Verlaine
Tradução: Onestaldo de Pennafort



CANÇÃO DE OUTONO

Estes lamentos
Dos violões lentos
Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
De sono.

E soluçando,
Pálido, quando
Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
De outrora.

E vou à toa
No ar mau que voa.
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.

Verlaine
Tradução: Guilherme de Almeida



CHANSON D'AUTOMNE


Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.


Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.


Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.


Paul Verlaine

2 comentários:

Nadinha disse...

Muito interessantes estas três versões tão diferentes da tradução. Prefiro a terceira, vou usá-la num dos meus blogues, com a indicação do tradutor, claro.

J Alexandre Sartorelli disse...

Cantando espalharei por toda parte
Se a tanto me ajudar o engenho e arte (Camões)

:o)